domingo, 9 de outubro de 2011

GEOGRAFIA - 7. INDUSTRIALIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO

   Durante os primeiros três séculos de existência do Brasil colônia, Portugal não permitiu que fossem instaladas manufaturas no território brasileiro. Visava proteger a produção da metrópole. Assim, quase todos os produtos manufaturados consumidos no Brasil vinham da metrópole.
   A agricultura tornou-se a principal atividade econômica do Brasil colônia. Pelo pacto colonial coube ao Brasil fornecer à metrópole produtos agrícolas tropicais e seus derivados.
   A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) é usada para designar o papel de cada nação ou país na economia mundial.
   Após a mudança da família real para o Brasil, em abril de 1808, D. João estimulou fortemente a instalação de algumas fábricas no Brasil. O fato exigiu a importação de muitas máquinas e equipamentos, sobretudo da Inglaterra. (Aprofundou nossas dependência externa, econômica e tecnológica. O surto industrial foi pequeno.
   Fatores que contribuíram para o fraco desempenho:
-Mercado interno muito pequeno (escravatura).
-Desinteresse das elites nacionais preocupada com a agricultura exportadora.
-Dificuldades obter máquinas, equipamentos e peças de reosição, importados da Inglaterra.
   A implantação do complexo cafeeiro desencadeou o estímulo propulsor da indústria.
Bens de produção (ou bens de capital) refere-se genericamente às máquinas, que são os principais meios de transformação das matérias-primas.
   Fatores favoráveis à atividade industrial:
-os excedentes de capitais da exportação do café.
-a infra-estrutura instalada para o escoamento do café (ferrovias e porto de Santos).
-grande afluxo de imigrantes que ocorreu logo após o fim da escravidão.
   Em 1889, 636 fábricas (54.172 operários); em 1920, 13.569 indústrias e 293.673 operários: Primeira Revolução Industrial Brasileira. Essas indústrias, em sua imensa maioria, concentraram-se na região Sudeste. Cidades do Rio de Janeiro, capital federal e São Paulo.
   O êxodo rural recorrente desse crescimento industrial deu origem ao operariado urbano. A falta de uma legislação trabalhista e a herança cultural deixada pela sociedade escravista, porém, determinavam péssimas condições de trabalho e de vida nas cidades que se industrializavam. Cortiços e favelas comuns em São Paulo e no Rio de Janeiro.
   Expansão cafeeira perduraria até 1929 - quebra da Bolsa de Nova York - falências - fim do ciclo do café.
   A crise econômica mundial de 1929 precipitou o fim do ciclo do café. Acelerou a industrialização brasileira. Fatores impulsionaram:
-a crise do capitalismo mundial.
-a crise de 1929 desencadeu um forte êxodo rural.) foi inaugurada pelo governo de Juscelino Kubitschek. A característica principal: adoção de uma política de abertura das fronteiras do país ao ingresso de capitais estrangeiros. Houve um impressionante crescimento industrial devido maciço ingresso de investimentos estrangeiros. Gigantescas corporações estrangeiras entraram no país. A partir dessa abertura econômica foi desencadeado um processo de crescente internacionalização não só do parque industrial, mas de toda a economia brasileira. Formou-se a tríplice aliança (o parque industrial brasileiro):
-indústrias de base (capitais estatais)
-indústrias de bens de consumo não-duráveis (capitais privados nacionais)
-indústrias de bens de consumo duráveis (capitais privados internacionais).
   Os governos militares (1964-1984) não só deram continuidade a esse modelo de desenvolvimento dependente como também o aprofundaram. Esses governos impulsionaram a produção industrial. Houve maior oferta de empregos e expansão do mercado interno ("milagre brasileiro").
A década de 1990: um novo surto industrial
Fatores contribuíram:
-a saturação dos mercados consumidores dos países desenvolvidos.
-a rápida obsolescência das máquinas industriais dessas empresas, transferidas para países dependentes como Brasil.
-concorrência entre as próprias transnacionais (corrida pelos novos mercados dos países pobres).
-abundantes recursos naturais encontrados nesses países.
   G-7 - Grupo dos Sete: Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá (ou G-8, incluindo Rússia).
O termo neoliberalismo é uma corrente da economia que prega a retirada do Estado das atividades produtivas.
O neoliberalismo pode ser observado sob dois aspectos:
-a privatização de grande parte das indústrias de base estatais.
-a queda brutal das barreiras comerciais.
No Brasil, foram privatizadas as siderúrgicas CSN, Cosipa e Usiminas a preços muito baixos adquiridas por capitais estrangeiros. Seguiram-se demissões de funcionários, devido às inovações tecnológicas introduzidas pelos novos proprietários, aumentou a remessa de lucros às matrizes.
O desemprego estrutural refere-se ao desemprego decorrente da eliminação de postos de trabalho e até de profissões devido à implantação de tecnologias típicas da Terceira Revolução Industrial.

A distribuição geográrica das indústrias
Uma das alternativas para superar a concorrência e garantir lucros tem sido a descentralização industrial. Fotores condicionantes levados em consideração no momento da implantação de unidade fabril: matéria prima, transporte, energia, mão de obra e mercado consumidor.
As matérias primas
As indústrias que geralmente dependem mais de matérias primas são de base, sobretudo as de benefriciamento e transformação de minérios.
Os meios de transporte
O transporte é vital para escoar os produtos de qualquer tipo de indústria. Os meiso de transporte mais indicados são as ferrovias e as hidrovias. A maioria das indústrias brasileiras utiliza as rodovias como meios de transporte principais. O sistema rodoviário se firmou como o principal do país ao longo da segunda metade do século 20 quando muitas ferrovias foram desativadas. Desde a década de 1950 a combinação do capital nacional, internacional e estatal, no Brasil, optou pelo transporte rodoviário, atendendo aos interesses das transnacionais ligadas aos setores automobilístico e petroquímico, entre outros.
No século XX, o transporte hidroviário foi responsável por apenas 1,2% do escoamento da produção - nos EUA, 33%.
Para o barateamento dos transportes no Brasil seria o sistema intermodal, isto é, a articulação entre rodovias, ferrovias e hidrovias.
Oligopólio: situação de mercado em que a oferta é controlada por um pequeno grupo de empresas muito poderosas.
A industrialização brasileira e o rodoviarismo
O rodoviarismo tem aspectos negativos:
-'queima' muita energia
-é muito poluente
-grande desgaste das vias asfantadas
-é muito caro, já que transporta menos carga do que as ferrovias e as hidrovias.
A energia
Hidrelétricas e termelétricas - No Brasil, a maior parte da produção de energia elétrica é obtida mediante aproveitamento da força hidráulica - 85% da eletricidade total consumida no país. As termelétricas já respondem por cerca de 10% de toda a energia elétrica produzida.
Termonucleares - a primeira usina nuclear do Brasil - Angra 1 - foi inaugurada só em 1982, no litoral do estado do Rio de Janeiro. Seus muitos problemas de funcionamento renderam-lhe o apelido de 'usina vaga-lume': acende e apaga sucessivamente. Em julho de 2000, entrou em funcionamento a Usina de Angra 2. A participação da energia nuclear na geração de eletricidade no Brasil é apenas cerca de 3%.
O Proálcool - as crises provocadas pelos aumentos exagerados do preço do petróleo impulsionaram pesquisas no sentido de produzir um combustível que ajudasse o país a conseguir autonomia energética. O Proálcool recebeu inúmeras críticas:
-não substitui o petróleo.
-tem elevado custo de produção.
-gera queimada.
-desgasta o solo
-o vinhoto, subproduto tóximo da produção de açúcar e álcool, ainda é despejado criminosamente nos rios
-a expulsão de culturas alimentares
-a criação de um verdadeiro exército de temporários mal remunerados.
   Como combustível para automóveis tem a vantagem de ser uma fonte renovável e menos poluidora que a gasolina.
O petróleo
   Durante a década de 1950 criou-se a Petrobrás, que passou a exercer o monopólio estatal da pesquisa e exploração das jazidas.
    A adoção do rodoviarismo estimulou a exploração dessas novas jazidas.
   Pouco a pouco o Brasil se aproxima da autonomia: em 2003 importou apenas cerca de 10% do petróleo que consome.
Carvão mineral
   O  carvão mineral explorado no Brasil é deficiente tanto em quantidade quanto em qualidade. Por isso é importado em larga escala (50% do consumo).
O componente humano: mão-de-obra e mercado consumidor
A mão de obra
    A mão de obra teve extrema importância no início do processo de industrialização do Brasil. Hoje, as inovações tecnológicas têm resultado em drástica diminuição do emprego de mão de obra em todo o mundo. São muitas as indústrias que buscam diminuir seu quadro de funcionários.
O mercado consumidor
   As indústrias de bens de consumo propriamente ditas geralmente se instalam nas proximidades do mercado consumidor.

A interiorização das indústrias
   Nas duas últimas décadas está ocorrendo um rápido processo de desconcentração industrial (movimento de interiorização das indústrias brasileiras). Fatores que contribuem para desconcentração industrial:
-mão de obra mais barata
-sistemas de transporte eficientes e nãosaturados
-incentivos fiscais
-menor preocupação com a preservação do meio ambiente (falta de monitoramento)
-desenvolvimento de novas tecnologias (telecomunicações, informática, robótica)
-mercado consumidor
-proximidade dos parceiros do Mercosul

A mais polêmica fonte de energia
   Usinas nucleares são termelétricas que produzem energia a partir da fissão de átomos de plutônio, tório ou urânio.

A energia nuclear ainda é motivo de grandes polêmicas. Tal debate ocorre em função dos riscos de acidentes, como os ocorridos nos EUA e ex-URSS. Uma outra questão é a destinação dos rejeitos radioativos.

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