terça-feira, 13 de dezembro de 2011

PORTUGUÊS – 33. FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Formação de Palavras 
            Uma sociedade em permanente mudança, que cria a todo instante novas necessidades e novos objetos de consumo, precisa ter também uma linguagem dinâmica, que acompanhe as transformações. Sempre que necessário um nome para designar uma ideia ou um novo objeto são criados os neologismos. Na língua portuguesa muitos processos são utilizados sendo que entre os processos de formação das palavras, destacam-se: derivação e composição.
DERIVAÇÃO é o processo pelo qual a partir de uma palavra se formam outras, por meio do acréscimo de elementos que lhe alteram o sentido primitivo ou lhe acrescentam um sentido novo. >>> árvore > arvoredo. (primitiva, derivada).
Tipos de derivação:
Derivação prefixal: quando há acréscimo de um prefixo a um radical:
Contrapor -> contra (prefixo) + por (radical).
Derivação sufixal: quando há acréscimo de um sufixo a um radical:
Arvoredo -> arvor (radical) + edo (sufixo).
Derivação parassintética: quando há acréscimo simultâneo de um prefixo + sufixo:
Engarrafar -> em (prefixo) + garraf (radical) + ar (sufixo).

COMPOSIÇÃO é o processo de formação de palavras resultante da união de dois ou mais radicais. Planalto (plano + alto) processo de aglutinação; Passatempo: justaposição.
As palavras formadas mediante a reunião de elementos provenientes de línguas diferentes denominam-se HIBRIDISMOS. Automóvel (grego + português).
ONOMATOPÉIAS são palavras criadas com a finalidade de imitar sons e ruídos por instrumentos diversos e vozes de animais. Crás! Pof!
Um dos processos de formação de palavras consiste em reduzi-las com o objetivo de economizar tempo e espaço na comunicação falada e escrita: siglas e abreviaturas. As siglas são empregadas principalmente como redução de nomes de empresas, firmas, organizações internacionais, partidos políticos, serviços públicos, associações estudantis e recreativas: IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística). As abreviaturas são utilizadas principalmente como redução de nomes científicos e gramaticais, de Estados e territórios, profissões, pronomes de tratamento: PB (Paraíba) Av. (avenida).
Empréstimos são palavras estrangeiras que penetram na língua em consequência de contatos entre os povos: iogurte (do turco yoghurt); chique (do francês chic) etc.
Gírias são palavras ou expressões de criação popular que nascem em determinados grupos sociais ou profissionais e que, às vezes, por sua expressividade, acabam se estendendo à linguagem de todas as camadas sociais. Uma das características dessa variedade linguística é seu caráter passageiro. Xaveco (cantada, paquera), Balada (festa, agitação, encontro) etc.

Fonte: Português - linguagens. William Roberto Cereja. Saraiva 2009 p. 276

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

6. O ar e a saúde

O ar e a saúde

            Vírus e bactérias podem causar doenças aos seres humanos. A transmissão de doenças pelo ar ocorre por meio de gotículas de saliva.
            Os vírus são agentes pequenos vistos com microscópio eletrônico, sem metabolismo próprio. Precisam invadir as células de um hospedeiro para se reproduzir. Depois invadem outras células.
            Doenças causadas por vírus e transmitidas pelo ar:
Gripe: transmissão (gotículas de saliva); tratamento (repouso, líquido e medicamento); prevenção (evitar contato direto e usar lenços).
Poliomielite: sintomas (febres e dores musculares, sistema nervoso central é afetado, às células que controlam os músculos podem ficar permanentemente paralisados, membros inferiores e superiores); tratamento (não há); prevenção (vacinação).
Catapora ou varicela: sintomas (febre, mal-estar, dor de cabeça, enjôo e vômito, pequenas manchas vermelhas na pele que transformam-se em bolhas, crostas escuras no peito, no abdômen,nas costas e nas nádegas); transmissão (gotículas de saliva ou objetos que foram contaminados); tratamento (não há); proteção(vacinação).
            Doenças causadas por bactérias:
            As bactérias são microscópicas com metabolismo próprio. Apenas algumas são patogênicas (causam doenças). Transmitidas pela ingestão de alimentos, contato com uma pessoa contaminada, ferimentos, picadas ou mordidas de animais contaminados.
Pneumonia: sintomas (febre alta, tremores, tosse seca, dificuldade para respirar e dores no peito e nas costas, expectoração de cor amarela ou avermelhada); transmissão (gotículas de saliva, pelo ar e objetos contaminados); tratamento (alimentar-se bem, líquidos e antibióticos); prevenção (não há vacina e manter o paciente em local isolado).
Tuberculose: sintomas (febre, emagrecimento, tosse com três ou mais semanas e eliminação de sangue pelas vias respiratórias); tratamento (dura cerca de seis meses, medicação, repouso e boa alimentação); prevenção (vacina BCG).
Meningite: sintomas (febre, secreção nasal, dores de garganta e de cabeça, náuseas, vômitos, febre alta, sonolência e dor na nuca, manchas avermelhadas na pele e aumento da moleira); transmissão (partículas de saliva); tratamento (procurar médico rapidamente); prevenção (vacinas, mas período de curta duração).

Propriedades do ar

            A pressão atmosférica diminui quando aumenta a altitude.
            A pressão atmosférica pode ser medida com o auxílio de instrumentos como o barômetro e o barógrafo.
As unidades de medida de pressão atmosférica são atmosfera (atm) e milímetros de mercúrio (mmHg).
O ar ocupa lugar no espaço.
A propriedade que o ar tem de diminuir seu volume quando comprimido é conhecida como compressibilidade.
A propriedade que o ar tem de voltar ao volume inicial quando cessa a força que o estava comprimindo é chamada elasticidade.
A propriedade que o ar tem de aumentar seu volume e ocupar o espaço disponível é chamada expansibilidade.

Fonte: Ciência – 6º ano – Projeto Radix – Scipione – p. 174

domingo, 9 de outubro de 2011

GEOGRAFIA - 7. INDUSTRIALIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO

   Durante os primeiros três séculos de existência do Brasil colônia, Portugal não permitiu que fossem instaladas manufaturas no território brasileiro. Visava proteger a produção da metrópole. Assim, quase todos os produtos manufaturados consumidos no Brasil vinham da metrópole.
   A agricultura tornou-se a principal atividade econômica do Brasil colônia. Pelo pacto colonial coube ao Brasil fornecer à metrópole produtos agrícolas tropicais e seus derivados.
   A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) é usada para designar o papel de cada nação ou país na economia mundial.
   Após a mudança da família real para o Brasil, em abril de 1808, D. João estimulou fortemente a instalação de algumas fábricas no Brasil. O fato exigiu a importação de muitas máquinas e equipamentos, sobretudo da Inglaterra. (Aprofundou nossas dependência externa, econômica e tecnológica. O surto industrial foi pequeno.
   Fatores que contribuíram para o fraco desempenho:
-Mercado interno muito pequeno (escravatura).
-Desinteresse das elites nacionais preocupada com a agricultura exportadora.
-Dificuldades obter máquinas, equipamentos e peças de reosição, importados da Inglaterra.
   A implantação do complexo cafeeiro desencadeou o estímulo propulsor da indústria.
Bens de produção (ou bens de capital) refere-se genericamente às máquinas, que são os principais meios de transformação das matérias-primas.
   Fatores favoráveis à atividade industrial:
-os excedentes de capitais da exportação do café.
-a infra-estrutura instalada para o escoamento do café (ferrovias e porto de Santos).
-grande afluxo de imigrantes que ocorreu logo após o fim da escravidão.
   Em 1889, 636 fábricas (54.172 operários); em 1920, 13.569 indústrias e 293.673 operários: Primeira Revolução Industrial Brasileira. Essas indústrias, em sua imensa maioria, concentraram-se na região Sudeste. Cidades do Rio de Janeiro, capital federal e São Paulo.
   O êxodo rural recorrente desse crescimento industrial deu origem ao operariado urbano. A falta de uma legislação trabalhista e a herança cultural deixada pela sociedade escravista, porém, determinavam péssimas condições de trabalho e de vida nas cidades que se industrializavam. Cortiços e favelas comuns em São Paulo e no Rio de Janeiro.
   Expansão cafeeira perduraria até 1929 - quebra da Bolsa de Nova York - falências - fim do ciclo do café.
   A crise econômica mundial de 1929 precipitou o fim do ciclo do café. Acelerou a industrialização brasileira. Fatores impulsionaram:
-a crise do capitalismo mundial.
-a crise de 1929 desencadeu um forte êxodo rural.) foi inaugurada pelo governo de Juscelino Kubitschek. A característica principal: adoção de uma política de abertura das fronteiras do país ao ingresso de capitais estrangeiros. Houve um impressionante crescimento industrial devido maciço ingresso de investimentos estrangeiros. Gigantescas corporações estrangeiras entraram no país. A partir dessa abertura econômica foi desencadeado um processo de crescente internacionalização não só do parque industrial, mas de toda a economia brasileira. Formou-se a tríplice aliança (o parque industrial brasileiro):
-indústrias de base (capitais estatais)
-indústrias de bens de consumo não-duráveis (capitais privados nacionais)
-indústrias de bens de consumo duráveis (capitais privados internacionais).
   Os governos militares (1964-1984) não só deram continuidade a esse modelo de desenvolvimento dependente como também o aprofundaram. Esses governos impulsionaram a produção industrial. Houve maior oferta de empregos e expansão do mercado interno ("milagre brasileiro").
A década de 1990: um novo surto industrial
Fatores contribuíram:
-a saturação dos mercados consumidores dos países desenvolvidos.
-a rápida obsolescência das máquinas industriais dessas empresas, transferidas para países dependentes como Brasil.
-concorrência entre as próprias transnacionais (corrida pelos novos mercados dos países pobres).
-abundantes recursos naturais encontrados nesses países.
   G-7 - Grupo dos Sete: Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá (ou G-8, incluindo Rússia).
O termo neoliberalismo é uma corrente da economia que prega a retirada do Estado das atividades produtivas.
O neoliberalismo pode ser observado sob dois aspectos:
-a privatização de grande parte das indústrias de base estatais.
-a queda brutal das barreiras comerciais.
No Brasil, foram privatizadas as siderúrgicas CSN, Cosipa e Usiminas a preços muito baixos adquiridas por capitais estrangeiros. Seguiram-se demissões de funcionários, devido às inovações tecnológicas introduzidas pelos novos proprietários, aumentou a remessa de lucros às matrizes.
O desemprego estrutural refere-se ao desemprego decorrente da eliminação de postos de trabalho e até de profissões devido à implantação de tecnologias típicas da Terceira Revolução Industrial.

A distribuição geográrica das indústrias
Uma das alternativas para superar a concorrência e garantir lucros tem sido a descentralização industrial. Fotores condicionantes levados em consideração no momento da implantação de unidade fabril: matéria prima, transporte, energia, mão de obra e mercado consumidor.
As matérias primas
As indústrias que geralmente dependem mais de matérias primas são de base, sobretudo as de benefriciamento e transformação de minérios.
Os meios de transporte
O transporte é vital para escoar os produtos de qualquer tipo de indústria. Os meiso de transporte mais indicados são as ferrovias e as hidrovias. A maioria das indústrias brasileiras utiliza as rodovias como meios de transporte principais. O sistema rodoviário se firmou como o principal do país ao longo da segunda metade do século 20 quando muitas ferrovias foram desativadas. Desde a década de 1950 a combinação do capital nacional, internacional e estatal, no Brasil, optou pelo transporte rodoviário, atendendo aos interesses das transnacionais ligadas aos setores automobilístico e petroquímico, entre outros.
No século XX, o transporte hidroviário foi responsável por apenas 1,2% do escoamento da produção - nos EUA, 33%.
Para o barateamento dos transportes no Brasil seria o sistema intermodal, isto é, a articulação entre rodovias, ferrovias e hidrovias.
Oligopólio: situação de mercado em que a oferta é controlada por um pequeno grupo de empresas muito poderosas.
A industrialização brasileira e o rodoviarismo
O rodoviarismo tem aspectos negativos:
-'queima' muita energia
-é muito poluente
-grande desgaste das vias asfantadas
-é muito caro, já que transporta menos carga do que as ferrovias e as hidrovias.
A energia
Hidrelétricas e termelétricas - No Brasil, a maior parte da produção de energia elétrica é obtida mediante aproveitamento da força hidráulica - 85% da eletricidade total consumida no país. As termelétricas já respondem por cerca de 10% de toda a energia elétrica produzida.
Termonucleares - a primeira usina nuclear do Brasil - Angra 1 - foi inaugurada só em 1982, no litoral do estado do Rio de Janeiro. Seus muitos problemas de funcionamento renderam-lhe o apelido de 'usina vaga-lume': acende e apaga sucessivamente. Em julho de 2000, entrou em funcionamento a Usina de Angra 2. A participação da energia nuclear na geração de eletricidade no Brasil é apenas cerca de 3%.
O Proálcool - as crises provocadas pelos aumentos exagerados do preço do petróleo impulsionaram pesquisas no sentido de produzir um combustível que ajudasse o país a conseguir autonomia energética. O Proálcool recebeu inúmeras críticas:
-não substitui o petróleo.
-tem elevado custo de produção.
-gera queimada.
-desgasta o solo
-o vinhoto, subproduto tóximo da produção de açúcar e álcool, ainda é despejado criminosamente nos rios
-a expulsão de culturas alimentares
-a criação de um verdadeiro exército de temporários mal remunerados.
   Como combustível para automóveis tem a vantagem de ser uma fonte renovável e menos poluidora que a gasolina.
O petróleo
   Durante a década de 1950 criou-se a Petrobrás, que passou a exercer o monopólio estatal da pesquisa e exploração das jazidas.
    A adoção do rodoviarismo estimulou a exploração dessas novas jazidas.
   Pouco a pouco o Brasil se aproxima da autonomia: em 2003 importou apenas cerca de 10% do petróleo que consome.
Carvão mineral
   O  carvão mineral explorado no Brasil é deficiente tanto em quantidade quanto em qualidade. Por isso é importado em larga escala (50% do consumo).
O componente humano: mão-de-obra e mercado consumidor
A mão de obra
    A mão de obra teve extrema importância no início do processo de industrialização do Brasil. Hoje, as inovações tecnológicas têm resultado em drástica diminuição do emprego de mão de obra em todo o mundo. São muitas as indústrias que buscam diminuir seu quadro de funcionários.
O mercado consumidor
   As indústrias de bens de consumo propriamente ditas geralmente se instalam nas proximidades do mercado consumidor.

A interiorização das indústrias
   Nas duas últimas décadas está ocorrendo um rápido processo de desconcentração industrial (movimento de interiorização das indústrias brasileiras). Fatores que contribuem para desconcentração industrial:
-mão de obra mais barata
-sistemas de transporte eficientes e nãosaturados
-incentivos fiscais
-menor preocupação com a preservação do meio ambiente (falta de monitoramento)
-desenvolvimento de novas tecnologias (telecomunicações, informática, robótica)
-mercado consumidor
-proximidade dos parceiros do Mercosul

A mais polêmica fonte de energia
   Usinas nucleares são termelétricas que produzem energia a partir da fissão de átomos de plutônio, tório ou urânio.

A energia nuclear ainda é motivo de grandes polêmicas. Tal debate ocorre em função dos riscos de acidentes, como os ocorridos nos EUA e ex-URSS. Uma outra questão é a destinação dos rejeitos radioativos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

PORTUGUÊS – 27. A linguagem do Arcadismo

            Se observarmos a história da cultura, veremos que cada novo momento opõe-se ao anterior. O homem parece estar sempre insatisfeito com o rumo dos acontecimentos do seu tempo e, por isso, rompe com o presente, propondo algo novo. Porém, ao analisarmos o novo, notamos que muitos de seus elementos são mais antigos que os abandonados. É o velho que, misturado a certas tendências, volta à tona como novidade. Assim ocorreu com a cultura e a arte do século 18. Depois da onda de religiosidade e fé que se seguiu à Contra-Reforma – cuja expressão artística foi o Barroco –, houve um reflorescimento das tendências artístico-cientificas que haviam marcado o Renascimento.
            No século 18, as transformações que ocorriam no plano político e social – o fortalecimento político da burguesia, o aparecimento dos filósofos iluministas, o combate à Contra-Reforma, entre outras – exigiam dos artistas uma arte que atendesse às necessidades de expressão do ser humano naquele momento. O Neoclassicismo, também conhecido como Arcadismo, foi a resposta artística que a burguesia pôde dar a essa necessidade. Neste século, os esforços dos artistas e intelectuais concentraram-se no combate tanto à mentalidade religiosa quanto às formas de expressão do Barroco.
            Cláudio Manuel da Costa foi o fundador do Arcadismo no Brasil.
            Equivalente a bucolismo, o fugere urbem (fuga da cidade) traduz uma vida simples e natural, no campo, longe dos centros urbanos. O áurea mediocritas (vida medíocre materialmente, mas rica em realizações espirituais) é a idealização de uma vida pobre e feliz no campo, em oposição à vida luxuosa e triste da cidade.
            A literatura árcade foi bastante influenciada pelas ideias do Iluminismo, movimento filosófico que, entre outras coisas, defendia o uso da razão, a igualdade de direitos entre os cidadãos e a liberdade de expressão.
            O Neoclassicismo ou Arcadismo é um movimento literário que procura resgatar os princípios do Classicismo do século 16. Além dos temas do Classicismo, o Arcadismo também incorpora entidades da mitologia pagã e imita os procedimentos formais daquele período.
            Nos poemas árcades, o poeta não fala dos seus próprios sentimentos. Ele sempre dá voz a um pastor, que confessa seu amor a uma pastora e a convida para aproveitarem a vida em meio à natureza (carpe diem).
            O cientificismo teve grande importância na vida cultural do século 18. Este século é chamado de Século das Luzes ou Idade da Razão. A luz sugere que todos podem obter conhecimento por meio da ciência. O iluminismo combate a mentalidade religiosa imposta pela Contra-Reforma, as sombras representam a fé, ou seja, a crença sem comprovação científica.

Português – Linguagens. William Roberto Cereja. Editora Saraiva. Capítulo 27

segunda-feira, 11 de julho de 2011

PORTUGUÊS - 6. Língua: uso e reflexão. Introdução à estilística: figuras de linguagem

Eu lírico é a voz que fala no poema.
Figura de linguagem é uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele em que convencionalmente são empregadas. É empregada quando se quer tornar mais expressivo o que se quer dizer. São utilizadas tanto na língua escrita quanto na falada: criam significados diferentes.
Comparação é a figura de linguagem que consiste em aproximar dois seres em razão de alguma semelhança existente entre eles, de modo que as características de um sejam atribuídas ao outro, e sempre por meio de um elemento comparativo expresso: como, tal qual, semelhante a, que nem, etc.
Metáfora é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra com sentido que não lhé comum ou próprio, sendo esse novo sentido resultante de uma relação de semelhança, intersecção entre dois termos.
Metonímia é a figura de linguagem que consiste na substituição de uma palavra por outra em razão de haver entre elas uma relação de interdependência, inclusão, implicação. Ocorre quando empregamos:
- o efeito pela causa e vice-versa:
Conseguiu sucesso com determinação e SUOR (trabalho)
- o nome do autor pela obra:
Ler GUIMARÃES ROSA é desafiante (a obra)
- o continente (o que está fora) pelo conteúdo:
Você já tomou DOIS COPOS, agora chega. (a bebida)
- a marca pelo produto:
Para dar brilho, use BOMBRIL (uma palha de aço)
- o concreto pelo abstrato:
Trata-se de um papo-CABEÇA (intelectual)
- o lugar pelo produto característico de determinado local:
Quero tomar um PORTO na temperatura certa (vinho do Porto)
- a parte pelo todo:
Nunca tive um TETO próprio (casa).
- o singular pelo plural: o FRANCÊS cultiva a arte culinária (os franceses).
- a matéria pelo objeto: Ao cair da tarde, o BRONZE soa lento e triste. (o sino).
Antítese é a figura de linguagem que consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido: Te faz BEM tanto quanto MAL...
Paradoxo é a figura de linguagem que consiste no emprego de palavras que, embora opostas quanto ao sentido, se fundem em um enunciado: ...é ferida que se dói e não se sente, é um descontentamento contente...
Personificação ou prosopopéia é a figura de linguagem que consiste em atribuir linguagem, sentimentos e ações próprios dos seres humanos a seres inanimados ou irracionais. Nas fábulas a personificação é abundante, uma vez que nelas os animais falam, pensam, brigam, têm sentimentos, emoções.
Hipérbole é a figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero: Queria querer gritar setecentas mil vezes...
Eufemismo é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável ou chocante: Entregar a alma a Deus. (morrer).
Ironia é a figura de linguagem que consiste em afirmar o contrário do que se quer dizer.

Português - Linguagens. William Roberto Cereja. 1º ano Ensino Médio - Editora Atual.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

PORTUGUÊS - 5. A fábula

     A fábula é um gênero narrativo ficcional bem popular: história curta vivida por animais ou pessoas e que termina por uma moral (um ensinamento). Ensinam, alertam sobre algo que pode acontecer na vida real.
     Provérbio é uma frase de origem popular que, de maneira bastante resumida, expressa uma verdade para um determinado grupo de pessoas: filho de peixe, peixinho é.
     Grande parte dos gêneros textuais (crônicas, contos, notícias...) costuma fazer uma descrição, de personagens, de paisagens, de cenas, de objetos etc. Os verbos mais utilizados nas descrições são os de estado (ser, estar, ficar, parecer...). Na descrição subjetiva aparece predominantemente o estado de espírito do narrador, seu modo de ver o mundo, suas preferências, seu estado emocional.

Português Linguagens - William Roberto Cereja - Editora Atual.

domingo, 26 de junho de 2011

PORTUGUÊS - 4. Introdução aos gêneros do discurso

   Os textos são produzidos em situações e contextos diferentes, cada um cumprindo uma finalidade específica. Estes textos constituem os gêneros textuais. Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a esferas de circulação. Na esfera artística e cultural - que são utilizados com finalidade estética e artística - há os gêneros literários. De acordo com a classificação clássica, a literatura é organizada em três gêneros literários básicos: lírico, épico, dramático.
   Gênero lírico - manifestação de um eu lírico, que expressa seu mundo interior, suas emoções, ideias e impressões. É um texto subjetivo, com predominância de pronomes e verbos em 1ª pessoa e que explora a musicalidade das palavras.
   Gênero épico - um narrador conta uma história que envolve terceiros. Distanciamento entre narrador e assunto tratado. Verbos e pronomes na 3º pessoa. São geralmente longos e narram histórias de um povo ou nação: aventuras, guerras, viagens, gestos heróicos, em tom de exaltação e valorização. Os poemas épicos: epopéia.
   Gênero dramático - expõe o conflito dos homens e seu mundo, as manifestações da miséria humana. São escritos para serem encenados no palco.
   Gêneros narrativos modernos: romance, novela, conto, crônica, roteiro de cinema - prerstam-se a contar uma história ficcional.
   As palavras ou os enunciados são denotativos quanto apresentam o sentido do dicionário; são conotativos quando apresentam sentido figurado, determinado pela situação.

Português linguagens - William Roberto Cereja - Editora Atual  

PORTUGUÊS - 3. O que é literatura?

   Tipos de texto literário: contos, poemas, romances, peças de teatro, novelas, crônicas.
   Tipos textos não literários: notícias, cartas comerciais, receitas culinárias, manual instrução.
   Literatura também é a expressão das emoções e reflexões do ser humano diante do mundo. É feita para dar prazer e provocar reflexão. Em um texto poético, há uma voz que fala: eu lírico ou eu poético. Os poemas utilizam linguagem plurissignificativa ou linguagem figurada. É natural que as obras literárias apresentem características próprias do momento histórico em que são produzidas. Ao conjunto de textos que apresentam certas características comuns em determinado momento histórico chamamos ESTILO DE ÉPOCA ou MOVIMENTO LITERÁRIO:
Primeira época (trovadorismo) 1189 (?)
Segunda época 1434
Classicismo 1327
Barroco 1580
Arcadismo ou neoclassicismo 1756
Romantismo 1825
Realismo / Naturalismo 1865
Simbolismo 1900
Modernismo 1915

Português linguagens - William Roberto Cereja - Editora Atual

PORTUGUÊS - 1. Linguagem, comunicação e interação

     Literatura é linguagem, é a arte da palavra.
     A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas utilizando linguagem.
     Linguagem: palavras, gestos, movimentos, expressões corporais e faciais.
     Linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si.
     Linguagem verbal: palavra (falada ou escrita).
     Linguagem não-verbal: música, dança, mímica, pintura, fotografia, escultura...
     Linguagem mista: história em quadrinho, cinema, teatro, programas de TV...
     Linguagem digital: informações em meios eletrônicos (computador).
    Interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação por meio da linguagem. Locutor: o que produz a linguagem; Locutário: o que recebe a linguagem > ambos são interlocutores.
     A língua portuguesa é um código verbal. Código é um conjunto de sinais convencionados socialmente para a construção e a transmissão de mensagens: palavra, sinais de trânsito, buzinas de automóveis, código Morse... Os códigos são utilizados para comunicar com rapidez.
     O cartum é uma espécie de desenho humorístico ou anedota gráfica cujo objetivo é divertir o leitor e quase sempre fazer uma crítica a um tema da realidade.
     Língua é um código formado por signos (palavras) e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.
     A Língua Portuguesa é falada em: Portugal, Brasil Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste (9 países).
     Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
     Variedade padrão, língua padrão ou norma culta é a variedade linguística de maior prestígio social (livros, jornais, revistas, TV...). Variedade não padrão ou língua não padrão são todas as variedades linguísticas diferentes da padrão (gíria, regional...). A gíria é uma das variedades da língua. Quando restrita a uma profissão: JARGÃO.

Português linguagens - William Roberto Cereja - Editora Atual

segunda-feira, 30 de maio de 2011

6 Os lugares e as paisagens no tempo da natureza

     A paisagem de um lugar também está sendo transformada ao longo do tempo pela ação da natureza.
     A natureza também provoca muitas mudanças nos lugares. Por exemplo, por meio da ação dos ventos e da água das chuvas que desgastam o relevo, da ação das marés e das correntes oceânicas que esculpem os litorais, do avanço dos desertos em direção às áreas de vegetação, das erupções de vulcões que fazem surgir novas ilhas em meio aos oceanos, ou, ainda, pelas diferentes características do clima no decorrer das estações do ano.
     As estações do ano causam mudanças na paisagem.
     As variações climáticas afetam a florescência das plantas, o acasalamento e o deslocamento dos animais,
Geografia. Projeto Radix. 6º ano. Valquíria Pires, Beluce Bellucci. São Paulo: Scipione, 2009. pg. 136 - .

5 Os lugares e as paisagens no tempo da sociedade

     Ao identificarmos as mudanças ocasionadas em um lugar, desvendamos também como a sociedade organiza o espaço onde vive, de forma a atender às necessidades existentes em cada época de sua história. Essas mudanças são provocadas pelo trabalho do ser humano em sociedade.
-Prédios que eram utilizados para determinada atividade ganham uma nova função, passando por reformas e adaptações. Outros, ainda, podem ser demolidos para dar lugar a novas construções.
-Ruas que no passado eram estritamente residenciais, ao longo dos anos, se tornam o endereço de lojas, escritórios, supermercados e de outros tipos de estabelecimentos comerciais.
-Avenidas são abertas, assim como pontes e viadutos são construídos para melhorar o tráfego urbano e rural.
-Florestas são devastadas para dar lugar a áreas agrícolas. Estas, por sua vez, podem ser ocupadas, em outras épocas, por loteamentos que darão origem a novos bairros de uma cidade.
     A sociedade provoca muitas mudanças nos lugares, no decorrer do tempo.
     Os lugares mudam porque a sociedade muda.
     A realidade da sociedade brasileira mudou muito com o passar do tempo.
     A sociedade pode provocar várias mudanças nos lugares, no decorrer do tempo. Muitas vezes, essas mudanças deixam marcas que podem ser visualizadas nas paisagens dos lugares.
     A observação atenta dos elementos presentes em uma paisagem permite identificar as transformações ocorridas em um lugar. Alguns desses elementos podem apresentar-se como testemunhos (marcas) de épocas passadas, em meio aos elementos mais recentes. Essas marcas podem ser observadas, por exemplo, na fachada de uma construção antiga próxima a prédios modernos; na árvore centenária no canteiro de uma moderna avenida; no velho chafariz junto a um terminal de ônibus recém-construído; ou, ainda, no trecho de uma mata fechada em meio a uma área de lavoura.
     Por meio da observação de uma paisagem é possível resgatar parte da história de um lugar, seja ele da cidade ou do campo.
     As fotografias antigas são utilizadas para reconstruir a história dos lugares e das pessoas. Elas permitem verificar como eram os elementos de uma paisagem no passado e, se forem comparadas com uma paisagem atual, também possibilitam identificar os elementos remanescentes, isto é, aqueles que restaram. É possível perceber o que mudou no lugar e o que permaneceu sem ser transformado. As fotografias antigas não são o único recurso para resgatarmos as transformações ocorridas na paisagem de um lugar. Temos pinturas em telas ou gravuras de artistas, textos de jornais e de revistas de épocas passadas, filmes e documentários antigos.
     No decorrer da história da humanidade, diferentes povos foram ocupando os continentes e se espalhando pela superfície terrestre. O ser humano foi modificando os elementos naturais das paisagens para construir suas moradias e desenvolver suas atividades. Os lugares foram perdendo as características originais e muitas paisagens passaram a apresentar uma predominância cada vez maior de elementos culturais. As paisagens podem ser transformadas para a construção de grandes cidades. Também são transformadas pela prática de diferentes atividades econômicas, como a agricultura.
     Apesar de o ser humano ter se apropriado de vastas extensões do planeta, atualmente ainda restam alguns poucos lugares que não foram modificados diretamente pela ação humana. São áreas da superfície terrestre que, devido às suas características naturais, dificultam a ocupação e a fixação humana.
     De acordo com as suas necessidades, o ser humano vem transformando praticamente todos os lugares do planeta. Quando se constrói uma usina hidrelétrica, o imenso lago formado pela barragem pode ser considerado um elemento cultural, pois, mesmo sendo composto pela água, que é um elemento natural, o reservatório foi criado pelo ser humano.
     CONCLUSÃO: a paisagem de um lugar pode passar por muitas transformações no decorrer do tempo. Essas transformações podem deixar marcas, por meio das quais é possível reconstituir o passado de um lugar, compreendendo melhor a maneira como o ser humano, historicamente, ocupa e organiza o espaço onde vive. As mudanças promovidas pela sociedade humana podem ser observadas em quase todas as paisagens terrestres, restando alguns poucos lugares que, ainda hoje, são pouco ou indiretamente alterados pelo ser humano.
     As telas e gravuras contam como eram os lugares e a vida das pessoas no passado.

Geografia. Projeto Radix. 6º ano. Valquíria Pires, Beluce Bellucci. São Paulo: Scipione, 2009. pg. 116 - 135.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

UMA SAFRA DE PLÁSTICO VERDE

A alternativa limpa em relação ao petróleo, o etanol brasileiro agora é usado como matéria-prima para fabricar garrafas de Coca-Cola e embalagens dos ketchups Heinz.
O plástico aparece numa posição inglória entre os maiores vilões do meio ambiente. Uma garrafa poderá levar um século para se decompor completamente. A produção de objetos plásticos, a partir de derivados do petróleo e do gás natural, também contribui com uma parcela considerável (cerca de 5%) do total de emissões de dióxido de carbono, um dos gases causadores do efeito estufa. É necessário plantar 314000 árvores para neutralizar a emissão de carbono decorrente da produção de 10 milhões de garrafas PET de 2 litros cada uma. Apesar dos danos, o plástico está associado à vida cotidiana. Sua versatilidade, resistência e baixo custo o tornam difícil de substituir. As preocupações com o impacto ambiental, no entanto, estimularam a pesquisa de alternativas. Na última década, a indústria química deslanchou o desenvolvimento de resinas plásticas derivadas de organismos vivos. O chamado plástico verde, originário de fontes vegetais como a cana-de-açúcar e o milho, começa a ganhar escala comercial e já pode ser encontrado em embalagens de cosméticos, alimentos e bebidas, nas sacolas que acomodam frutas e verduras nos supermercados e até no acabamento interno de automóveis. Na comparação com as resinas feitas de combustíveis fósseis, ele leva vantagem por ser originado de uma fonte renovável e causar impacto positivo na atmosfera, pois a fotossíntese da planta faz a captação do dióxido de carbono. 
O etanol brasileiro foi a matéria-prima escolhida pela Coca-Cola para o seu projeto global de desenvolver uma garrafa PET com 30% de origem vegetal. 
fonte: Revista VEJA - 13 abril 2011 - pg. 108 e 109.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

SOCIOLOGIA - 2º Bimestre

A vida nas grandes cidades tem muitas vantagens. Mas, de vez em quando, muitos de seus habitantes se cansam do ritmo vertiginoso que as caracteriza, da poluição, do excesso de trabalho, da falta de tempo para pensar em si mesmos, da violência urbana, do trânsito caótico, da solidão, da ausência de solidariedade entre as pessoas, etc.
Só se pode falar em comunidade quando se está diante de grupos sociais ligados por laços afetivos - e não por vínculos impessoais, como ocorre nas grandes cidades.
Características comuns às comunidades: nitidez (limites territoriais, onde começa e onde termina); pequenez; homogeneidade; relações pessoais (contatos primários).
Assiste-se hoje nas grandes cidades de todo o mundo à formação de tribos urbanas, como os punks, os surfistas, os rappers, as gangues de periferia. São microgrupos geralmente ligados por interesses momentâneos.
Com seu estímulo ao consumo e à competição desenfreada, a economia capitalista, dinâmica e tecnologicamente inovadora, colabora para reforçar a cultura do individualismo e o isolamento. A satisfação individual é colocada acima de qualquer obrigação comunitária. Igualmente preocupante são as consequências ecológicas do afrouxamento dos laços de solidariedade e da primazia atribuída ao consumo.
Algumas características da sociedade contemporânea atuam no sentido de desagregar valores cultivados (solidariedade, vida familiar, igualdade de oportunidades, participação política etc.).
Um dos fundamentos do regime democrático é o conceito de cidadania. Cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativmente de todas as questões da sociedade. A ideia de cidadania ativa é ser alguém que cobra, propõe e pressiona o tempo todo. A noção de cidadania teve suas origens na Grécia e Roma antigas. Como termo político, cidadania significa exercício de direitos, compromisso ativo, participação política, responsabilidade. Na base do conceito de cidadania estão as noções de liberdade e de igualdade. Cidadania é o direito de se ter uma ideia e poder expressá-la.
A noção de igualdade estabelece que todos são iguais perante a lei. O princíoio da 'igualdade de oportunidades' é negado desde o nascimento. A própria cidadania se vê hoje ameaçada pelo crescimento das desigualdades sociais, especialmente nos países pobres e emergentes. O conceito de equidade engloba o de igualdade, mas vai além dele. A sociedade civil é formada pelas organizações privadas sem fins lucrativas que se estabelecem fora do mercado de trabalho e do governo, mas que têm importante presença na vida política. As Organizações Não Governamentais compõem, no interior da sociedade civil, o núcleo do que se poderia chamar de terceira esfera, situada entre o Estado (esfera pública) e a sociedade (espera privada). As ONGs mobilizam e estimulam comportamentos solidários, dedicando-se a questões como ecologia, paz e alfabetização.
Raça. A raça é um conceito usado vulgarmente para categorizar diferentes populaçõe de uma espécie biológica por suas características fenotípicas (ou físicas). O conceito de raças humanas foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados. Esta definição é uma classificação de ordem social, onde a cor da pele e origem social ganham, graças a uma cultura racista, sentidos, valores e significados distintos. Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de interpretação), mas a denominação de cada um tem variado ao longo do tempo: mongolóide, caucasóide, negróide, australóide e cipóide.
Opressão social. é um conceito que descreve uma relação de dominação e subordinação entre grupos ou categorias de indivíduos, na qual o grupo dominante beneficia-se com o abuso, a exploração e a injustiça sistemáticos praticados contra o grupo subordinado. Raça tem sido frequentemente definida como um agrupamento, ou classificação, baseado em variações genéticas na aparência física, sobretudo na cor da pele. Etnicidade é um conceito que se refere a uma cultura e estilo de vida comuns, especialmente de forma refletida na linguagem, maneiras de agir, formas institucionais religiosas e de outros tipos, na cultura material, como roupas e alimento, e produtos culturais como música, literatura e arte. Etnocentrismo refere-se aos julgamentos negativos que membros de uma cultura tendem a fazer sobre todas as demais. O etnocentrismo é como um prisma, através do qual tudo é percebido e interpretado em relação a um único arcabouço cultural, com exclusão de todas as demais possibilidades. pg. 14

sábado, 16 de abril de 2011

SOCIOLOGIA - 1º Bimestre

Os primeiros sociólogos. O francês Augusto Comte é considerado o pai da Sociologia. Dizia que a sociedade deveria ser considerada como um organismo vivo. Atribuía importância à noção de consenso às ideias e crenças comuns, partilhadas). Com seu "método positivo" de conhecimento procurou formular as leis gerais que regem a sociedade.
Com Émile Durkheim a Sociologia passou a ser considerada uma ciência. Demonstrou que os fatos sociais têm características próprias. Pretendia fazer da Sociologia uma ciência como a Física ou a Biologia. Para ele, os fatos sociais devem ser considerados como coisas (algo objetivo). Os fatos sociais têm existência e são capazes de obrigar as pessoas a se comportarem (hábitos, costumes, regras) desta ou daquela maneira. São fatos fundamentais: o modo de se vestir, a língua, o sistema monet´rio, a religião, as leis etc.ou seja, o modo de pensar, sentir e agir de um grupo social. Assim, o fato social tem:
- generalidade: é comum a todos os membros de um grupo ou à sua grande maioria;
- exterioridade: é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade;
- coercitividade: os indivíduos se sentem pressionados a seguir o comportamento estabelecido.
A contribuição de Max Weber. Diferentemente de Durkheim, Weber via a dimensão subjetiva nos fatos humanos (consciência e intenção). É importante interpretar o sentido que as pessoas atribuem às próprias atitudes. É o método interpretativo. 
Ação social para Weber é uma modalidade de conduta dotada de sentido e voltada para a ação de outras pessoas. Nem toda ação é social (pessoas se cruzando nas ruas). Quando há um cumprimento ou diálogo, há ação social.
A objetividade na análise sociológica. Diz-se que uma pessoa é objetiva quando ela é capaz de considerar um fenômeno sem ideias preconcebidas, sem que se deixe levar po razões pessoais e subjetivas.  Precisa haver neutralidade em relação o fenômeno ou objeto estudado. A objetividade é mais difícil de conseguir nas Ciências Sociais do que nas Ciências Exatas. Há dificuldade em submeter as teses sociais à experimentação. 
Para Karl Marx, o sociólogo está envolvido pelos fatos sociais desde que nasce; é produto das relações que o ligam a determinados grupos; não pode ser neutro. A sociedade está dividida em classes, como a burguesia e o proletariado, lutando cada qual por seus interesses. A história da humanidde é a história da luta de classes. Para Durkheim estas manifestações eram sintomas de uma "doença" da sociedade, chamada de "anomia" perda de regras ou de normas corretas de conduta social). Para Marx o sociólogo não poderia ser neutro nas lutas, mas defender o proletariado, para se conseguir o socialismo.
A objetividade de Max Weber. Discordava de Durkheim e de Marx. Para ele é necessário separar o conhecimento científico dos julgamentos morais, ou juízos de valor. Cabe ao cientista assumir uma posição de neutralidade. É a objetividade que faz da Sociologia uma ciência. Como Ciência, a Sociologia pode: aumentar o conhecimento que o ser humano tem de si e da sociedade; contribuir para a solução de problemas que os atingem.
As relações sociais. relação social é a forma assumida pela interção social em cada situação concreta: professor e aluno (relação pedagógica); comprador e vendedor (relação comercial). Há ainda relações políticas, religioss, culturais, familiares etc. A relação social tem por base um comportamento recíproco entre duas ou mais pessoas. 
Processos sociais. quando pessoas unem-se para realizar cooperativamente uma ação, temos aí um processo social. Processo social indica interação social, movimento, evolução, mudança nas relações sociais e na sociedade. 
Processos associativos e dissociativos. os processos sociais podem ser associativos (reunião) ou dissociativos (separação). Os associativos geram laços de solidariedade (cooperação, acomodação, assimilação). Os dissociativos geram tensões no interir da sociedade (competição, conflito).
Cooperação é a forma de interação social na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham juntos para um mesmo fim. Cooperaçõ direta: ações que as pessoas realizam juntas mutirão). Cooperação indireta é aquela em que as pessoas necessitam indiretamente uma das outras por não serem autossuficientes (um médico e um lavrador, onde o lavrador produz alimento que o médico consome e o médico cuida da saúde do lavrador) relação de complementariedade.
Competição. é uma forma de interação que envolve luta ou disputa por bens limitados ou escassos. Pode levar indivíduos a agir uns contra os outros em busca de uma situação melhor (passar em vestibular, concurso, torneio esportivo etc). Tende a excluir o uso da força e da violência.
Conflito. quando a competição assume características de elevada tensão social, sobrevém o conflito. consiste em uma luta por bens, valores ou recursos escassos, na qual o objetivo dos contendores é neutralizar ou aniquilar seus oponentes. Envolve, em maior ou menor escala, o emprego da violência.
Terrorismo. o conflito pode levar ainda a outra forma extrema de violência: o terrorismo, resultado de situações extremas de opressão ou exclusão de grupos sociais, políticos, étnicos, nacionais ou religiosos. Enquanto todas as formas de conflito levam a uma solução, o mesmo não ocorre com o terrorismo. Ele procura destruir o adversário sem medir as consequências. Hoje, o terrorismo encontra adeptos entre pessoas e grupos que se sentem excluídos num mundo que está se globalizando rapidamente.
Acomodação. quando num conflito o vencido acata as condições do vencedor e adota uma posição de subordinação, há a acomodação: a escravização é um exemplo; quando alguém cumpre uma lei também. Trata-se de uma solução superficial do conflito, pois este continua latente, pode voltar a se manifestar. Os escravos não aceitaram, apenas se acomodaram à situação. A acomodação é o ajustamento de indivíduos ou grupos apenas nos aspectos externos de seu comportamento. Ela atenua ou previne o conflito. Mas este só desaparece com a assimilação.
Assimilação. é a solução definitiva e mais ou menos pacífica do conflito social. É um processo de ajustamento pelo qual os indivíduos ou grupos antagônicos tornam-se semelhantes. Implica transformações internas de forma inconsciente e involuntária. Mudam-se as maneiras de pensar, sentir e agir. Dá-se por imitação em processo longo e complexo: imigrante que se integra inteiramente à sociedade que o acolhe. Implica uma transformação do sentimento de identidade.
Como os seres humanos se agrupam? um grupo é um conjunto de pessoas que entram em interação, mas, além disso, o grupo é, fundamentalmente, uma sociabilidade estabelecida. Enquanto não se estabelecer a interação não existe grupo social. Uma fila de ônibus não é um grupo social, pois não há interação entre os indivíduos. Assim, grupo social sempre significa a reunião de pessoas que estão mutuamente em interação. Para a Sociologia, grupo social é toda reunião mais ou menos estável de duas ou mais pessoas associadas pela interação. Devido à interação social, os grupos têm de manter alguma forma de organização, no sentido de realizar ações conjuntas de interesse comum a todos os seus membros: família, igreja, clube, nação etc.
Características dos grupos sociais: pluralidade de indivíduos; interação social; organização; objetividade e exterioridade; conteúdo intencional ou objetivo comum; consciência grupal ou sentimento de 'nós'; continuidade (há grupos de duração efêmera, que aparecem e desaparecem com facilidade, exemplo mutirões para construção de casas).
Os grupos sociais classificam-se em: primários, secundários e intermediários:
.primários: família, vizinhos, grupo de lazer.
.secundários: igrejas e partidos políticos.
.intermediário: escola.
Agregados sociais. é uma reunião de pessoas aglomeradas de forma momentânea e dotadas de um fraco sentimento grupal embora mantendo entre si um mínimo de comunicação e de relações sociais. Não é organizado, nem tem hierarquia.
Tipos de agregados sociais: multidão, público, massa.
MULTIDÃO. Exemplo - um grupo de pessoas observando um incêndio ou reunidas em um parque numa tarde de sol. Características da multidão: falta de organização; anonimato; objetivos comuns; indiferenciação; proximidade física.
PÚBLICO. é um agrupamento de pessoas que seguem os mesmos estímulos: competição esportiva, peça teatral, show musical. A integração dos indivíduos que formam o público e geralmente intencional. Na multidão, a integração é ocasional.
MASSA. as pessoas que assistem ao mesmo programa de tv, veem o mesmo anúncio num cartaz ou leem em casa o mesmo jornal constituem uma massa. Como não obedece a normas, o processo de formação da massa é espontâneo. Ao contrário da massa, o público não tem uma atitude passiva diante da mensagem que recele; ele opina, por meio de vaias, palmas, críticas, debates e discussões. De modo geral, o grupo de indivíduos que se comporta como massa tende a ser manipulado, pois, na maioria das vezes, reage de forma espontânea, impensada, sem ter consciência de grupo. O homem-massa se sente à vontade quando é igual a "todo o mundo", isto é, à massa indiferenciada. Com o conformismo típico da sociedade de massa, o indivíduo deixa de ser ele próprio, tornando-se totalmente igual aos demais e como os outros querem que ele seja. As pessoas na sociedade de massa sofrem uma "lavagem cerebral", conformando-se com o que essa sociedade lhes impõe. Nessa sociedade os indivíduos é levado a fazer do consumo um ideal de vida.
Como se sustentam os grupos sociais? As forças que mantém os grupos são: liderança, normas, sanções, símbolos e valores sociais.
Liderança. é a capacidade de alguém de chefiar um grupo de indivíduos em qualquer ação. Há 2 tipos de liderança: a institucional (gerente de fábrica, chefe de família, diretor escola) e a pessoal (se origina de qualidades pessoais: inteligência, poder de comunicação, atitudes etc.). São exemplos de líderes pessoais carismáticos: Fidel Castro, Getúlio Vargas, Adolf Hitler.
O líder desempenha um papel integrador entre os membros, transmitindo-lhes ideias, normas etc. É respeitado por todos os membros do grupo. As regras que servem de conduta ao grupo são as normas sociais. Elas indicam o que é 'permitido' e o que é 'proibido'. Já a sanção social é uma recompensa ou punição diante do comportamento do indivíduo, que pode ser aprovativa (aplausos, promoções etc.) ou reprovativa (vaia, prisão etc.).
Símbolos. A cruz (para católicos) significa fé; bandeira simboliza nação; pomba branca simboliza paz etc. Um símbolo é algo que representa ou substitui uma coisa.  O símbolo tem valor ou significado pelas pessoas que o utilizam. Qualquer coisa pode tornar-se um símbolo. O preto simboliza o luto. Entre os orientais é o branco. Os símbolos são convenções. Cada sociedade utiliza os seus. A linguagem também é um conjunto de símbolos. A criança amadurece e se socializa à medida que aprende a usar símbolos. Todo comportamento humano é simbólico e todo comportamento simbólico é humano. Animais não utilizam símbolos. Sem o símbolo não há cultura.
Valores sociais. a sociedade estabelece o que é desejável, proibido, bonito, feito, certo e o errado - são os valores sociais. Os valores sociais variam no espaço e no tempo (época, geração, sociedade). O trabalho doméstico era feminino, agora é dividido entre o casal.
Valores em conflito. devido à pluralidade de valores é comum pessoas que não conseguem se entender em relação a certas questões (religião, política, moral, etc). Isso porque elas têm escalas de valores diferentes. Exemplo: opinião de pais e filhos que geram choques de geração. Isso ocorre porque os jovens tendem a acompanhar e aceitar mais facilmente do que os velhos as mudanças atuais.

terça-feira, 12 de abril de 2011

MATEMÁTICA Estatística

Estatística é o ramo da Matemática que permite, de forma organizada, recolher dados sobre uma população, analisá-los e tirar conclusões.
   O conjunto de dados obtidos do estudo de um determinado fato é a variável estatística, que podem ser:
- qualitativas: indicam qualidade do fato observado: cor, raça...
- quantitativas: indicam quantidade do fato observado: alturas, número de irmãos...
   As tabelas são quadros que resumem conjuntos de observações.
   São elementos da tabela: título, cabeçalho, corpo, colunas indicadoras, fonte.
   Organizam-se dados estatísticos também por gráficos. O gráfico estatístico é uma forma de apresentar dados estatísticos de modo que permita, ao pesquisador e ao público em geral, uma percepção rápida e viva dos dados pesquisados.
   Tipos de gráficos: cartesiano, em linha ou curva, em baras, em barras múltiplas, em setores, pictograma.
GRÁFICO CARTESIANO: mostra a vairação de uma grandeza em função de outra.
GRÁFICO EM LINHA OU CURVA é um tipo de gráfico cartesiano:
GRÁFICO EM BARRAS: também é um tipo de gráfico cartesiano:
GRÁFICO EM BARRAS:
GRÁFICO EM BARRAS MÚLTIPLAS: representa, num mesmo sistema, dois ou mais fenômenos para facilitar a comparação.
GRÁFICO EM SETORES:
 PICTOGRAMA: utiliza desenhos relacionados ao tema.

FREQUÊNCIA ABSOLUTA de um acontecimento é o número de vezes que ele é observado (f). A frequência pode ser organizada no gráfico de frequência absoluta.
População é o conjunto dos elementos em estudo.
Obtemos a frequência relativa (fr) de um acontecimento dividindo a frequência absoluta pelo número de elementos da população: fr = f / nº elementos.
Gráficos em Setores:
- Um círculo representa o total dos dados (100%)
- Um círculo completo tem 360º
Assim:
100% -> 360º
50% -> 180º
25% -> 90º
12,5% -> 45º
1% -> 3,6º
   Para analisarmos tendências utilizamos as medidas de tendência central: moda, mediana, média aritmética.
MODA (Mo)  de um conjunto de valores é o elemento que ocorre mais frequentemente dentro do conjunto. Um conjunto de dados pode não ter moda por não ter elemento que ocorra frequentemente. Quando há mais de dois valores frequentes, há a situação bimodal.
MEDIANA (Me) de um conjunto finito de valores, dispostos em ordem (crescente / decrescente), é o valor central, se o conjunto tiver um número ímpar de elementos, OU é a média aritmética dos dois valores centrais, se o conjunto tiver número par de elementos. Se o conjunto tiver um número ímpar de elementos, a mediana será um valor do próprio conjunto; se tiver número par de elementos, nem sempre a mediana será um dos elementos.
MÉDIA ARITMÉTICA de um conjunto de números é o valor que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos do conjunto.
Fonte: Matemática Ensino Médio - Kátia Stocco Smole - Editora Saraiva - pg. 67.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A DOR DA ALMA DÓI NO CORPO

Há trina anos, motivado pelas queixas constantes de seus pacientes, o psiquiatra americano Sthephen Stahl, de 59 anos, professor da Universidade da Califórnia, decidiu estudar a relação entre dor física e depressão. Apesar de acometer até 80% dos doentes, um problema raramente é associado ao outro. Especializado em neurologia e farmacologia, ele se dedica a desvendar (e tentar reverter) o desequilíbrio cerebral que faz com que a vida dos deprimidos seja ainda mais penosa.
   Nos manuais de medicina, os sintomas da depressão são os seguintes: perda de vitalidade ou de interesse pela vida, dificulddae de concentração, sentimento de culpa, problemas de sono (excesso ou falta dele), pensamentos ou atos suicidas, fadiga, alterações de apetite e peso (tanto ganho quanto perda), comprometimento da habilidade psicomotora (agitação ou lentidão). Nenhum deles está relacionado à dor. O conceito de remissão, de cura completa, prevê o desaparecimento de todos os sintomas depressivos. Oito de cada dez pacientes com depressão moderada ou grave apresentam algum tipo de dor, em maior ou menor grau. Apesar de se manifestar em determinada região do corpo (ou nele todo, como acontece em boa parte dos casos), a dor física da depressão está no cérebro do paciente, onde é processada equivocadamente. Muitas vezes o paciente não acredita quando o médico diz que aquele sofrimento físico pode ser sintoma de depressão. 
   A dor causada pela depressão é muito semelhante à chamada dor-fantasma, comum entre os amputados. Uma pessoa que perdeu a perna, por exemplo, pode sentir o pé doer. Isso acontece porque os circuitos da medula espinhal, responsáveis pela transmissão dos estímulos entre o pé e o cérebro, ainda estão lá, funcionando.
Fonte: Revista VEJA - 6 abril 2011 - p. 100 e 101.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

GEOGRAFIA - 6. Dinâmica demográfica e qualidade de vida da população brasileira

   As características de uma determinada população mudam em função de condições socioeconômicas, políticas e territoriais. O termo técnico que designa o comportamento populacional é dinâmica demográfica a qual considera um período de tempo predeterminado. Assim, a dinâmica demográfica é o ritmo, natureza e tendência do crescimento da população de um país, composto pelo crescimento vegetativo (vertical) e o crescimento horizontal (migração).
   O crescimento vegetativo de um país é a diferença entre a taxa de natalideade e a de mortalidade num determinado período. O crescimento horizontal de um país é a diferença entre o total de imigrantes e o de emigrantes.
   A queda da natalidade. Na década de 1970 as mulheres brasileiras tinham em média 5,8 filhos. Em 1996 2,3 filhos. Hoje - 2,2 filhos por mulher. A queda notável da fecundidade das mulheres brasileiras está intimamente relacionada com a crescente urbanização do país: participação da mulher no mercado de trabalho; casamentos tardios; elevado custo de criação dos filhos nas cidades; difusão de métodos anticoncepcionais; mudanças de comportamento em relação à vida rural.
   Hedonismo é uma doutrina ética segundo a qual o prazer é a finalidade principal da vida. Narcisismo é, em psicanálise, o estado em que o impulso sexual é dirigido ao próprio ego.
   Em 1940, a média era de 6,2 filhos por mulher. O Brasil ainda era um país com quase 70% da população no campo. A pílula e a esterelização feminina derrubam a taxa de fecundidade para 4,4 filhos em 1980. Em 2000 a média é de apenas 2,3 filhos. O rendimento feminino é 71,5% do masculino.
   A queda da mortalidade. O fator principal da acentuada redução do índice de mortalidade também se relaciona com o intenso processo de urbanização que ocorreu no Brasil a partir de meados do século XX. Em 1950 36,2% vivia em áreas urbanas. Em 1991 - 75,2%. Em 2000 - 81,3%.
   A revolução médico-sanitária cosistiu em uma notável melhoria no atendimento médico-hospitalar e na infra-estrutura sanitária. Com a urbanização/revolução médico-sanitária, os índices de mortalidade decresceram.
   A nova pirâmide etária brasileira. Nos últimos trinta anos, o Brasil passou por um aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de fecundidade.
   O IBGE é um verdadeiro banco de dados do governo brasileiro utilizado por empresas privadas, outros órgãos governamentais, estudantes, contribuintes dos impostos, pesquisadores em geral. É sua atribuição produzir sistemas de informações que auxiliam no conhecimento da "cara" do Brasil. É responsável também pela realização do censo demográfico brasileiro.
   O índice de crescimento vegetativo caiu de 2,5% ao ano em 1960 para 1,3¨% em 1996. O envelhecimento da população brasileira gera sérios problemas na área da previdência social uma vez que a população contribuinte deverá financiar um número maior de aposentados. O aumento da população idosa é um dos fatores que contribuem para aumentar o déficit das contas do país, agravando as condições de subdesenvolvimento do Brasil.
   Segundo processo da dinâmica demográfica: o crescimento horizontal devido às migrações. O crescimento horizontal resulta dos movimentos migratórios internacionais. Desde 1808 o Brasil caracterizou-se como um país em que predomina a imigração. Os principais grupos: portugueses, italianos, espanhois, alemães e japoneses. Já os africanos foram trazidos para trabalhar como escravos. Hoje, o Brasil é considerado um país emigrante, desde a década de 1980.
   No passado, o Brasil imigrante. Italianos e alemães, entre outros imigrantes europeus, fixaram-se sobretudo nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Outro destaque: chegada de ucranianos ao Paraná. No século XX, outros povos, principalmente orientais, escolheram o Brasil como nova pátria. A imigração japonesa teve início em 1908. Muitos coreanos e chineses também engrossaram os contingentes imigrantes.
   Hoje, o Brasil emigrante. As melhores perspectivas salariais do Japão levaram muitos a optar por um trabalho naquele país. Outro polo de atração são os Estados Unidos. Brasileiros sulistas vivem atualmente no Paraguai. Conhecidos como "brasiguaios", foram atraídos pelas terras baratas e férteis. Razões dessa inversão: crises socioeconômicas desde o final dos anos 1970. Diante da dramática realidade socioeconômica, muitos trabalhadores brasileiros, especialmente os mais jovens, têm optado pela emigração.
   As migrações internas. As diferenças regionais, no tocante ao desenvolvimento socioeconômico, foram aprofundadas a partir do início da industrialização do país e grandes contingentes populacionais das regiões estagnadas economicamente encontraram na emigração para as mais ricas e ativas a melhor oportunidade de sobrevivência.
  Principais fluxos migratórios do último meio século:
- Principais áreas de repulsão populacional (o Nordeste e o Sul, além do estado de São Paulo. Os principais fatores: Nordeste - estagnação econômica e a grande concentração fundiária; Sul e São Paulo - grande concentração fundiária).
- Principais áreas de atração populacional. Sudeste, Centro Oeste e Norte. Principais fatores: Centro-Oeste - fundação de Brasília e expansão fronteira agrícola, construção da infra-estrutura local, ferrovias e usinas hidrelétricas. Norte: garimpeiros, madeireiras, indústrias de mineração e grandes empresas agrícolas avidos por explorar seus recursos naturais. Sudeste: expansão urbano-industrial, comércio e serviços.
   Saturadas, as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo têm crescido menos nos últimos anos.
   A expressão "fronteira agrícola" designa o ponto de contato entre as áreas rurais já incorporadas ao sistema capitalista e aquelas áreas ainda virgens (reservas indígenas, terras devolutas ou ocupadas por posseiros).
   Regionalização do espaço brasileiro. Em 1967 o IBGE criou o conceito de macroregião - cinco: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A divisão regional do trabalho, divido o país em três regiões:
- Centro-Sul - região que concentra e polariza as atividades econômicas do país, graças à industrialização.
- Nordeste - Marcado pela pobreza da maior parte da população, em contraste com o poder econômico das oligarquias tradicionais, que detêm o poder político.
- Amazônia - Quase intocada durante séculos, atualmente enfrenta um processo de ocupação que coloca em risco o equilíbrio ambiental.
As condições de vida dapopulação brasileira. As condições de vida da população de um país costumam ser medidas pelos indicadores sociais, tais como as taxas de crescimento vegetativo, mortalidade infantil, analfabetismo, expectativa de vida etc.
   A marginalização socioeconômica caracteriza hoje grande parte da população, cujas condições de vida são péssimas.
   O Índice de Desenvolvimento Humano leva em consideração a qualidade de três indicadores sociais: saúde, educação e renda. Indicador criado recentemente pela ONU para avaliar as condições de vida de um determinado país a partir de três importantes dados: expectativa de vida, saúde e poder de consumo.
   PEA. A População Economicamente Ativa corresponde ao contingente de pessoas com 10 anos de idade ou mais que está trabalhando ou procurando emprego no momento em que são apurados os dados.
   As novas tecnologias, calcadas no desenvolvimento de setores estratégicos, como a microeletrônica, a informática, a biotecnologia, a fibra ótica, a nanorrobótica, exigem cada vez mais profissionais altamente qualificados.
   Alternativas às famílias pobres e marginalizadas:
 - colocar crianças no mercado de trabalho, como forma de aumentar a renda familiar;
 - aceitar trabalhos precários, sem registro na carteira de trabalho, que contribuem para a degradação da qualidade de vida da população e para a baixa expectativa de vida;
 - aderir à delinquência;
 - acostumar-se à miséria, à subnutrição, à fome e à falta de assistência médico-sanitária;
 - aceitar o subemprego.
   A falta de investimentos em educação no Brasil gera carência de pesquisadores, cientistas e estudiosos. Esse descaso com a educação não só perpetua como agrava as desigualdades sociais do Brasil.
   O aumento de ocupados sem registro em carteira e autônomos na área de serviços indica uma expansão do mercado informal, que é refletida na paisagem urbana - ruas, praças, calçadas -, ocupada por trabalhadores ambulantes. Esses trabalhadores informais geralmente não são protegidos pelas leis que regulamentam o trabalho, ou seja, que definem remuneração mínima, limites da jornada de trabalho e outros direitos sociais e trabalhistas. Além disso, o mercado informal não paga taxas ou impostos, diminuindo a arrecadação do Estado.
DESAFIANDO CONHECIMENTOS. Dentre as consequências geradas pela queda da taxa de natalidade, destacam-se:
- Redução do número de jovens;
- Redução da atividade econômica;
- Envelhecimento da população, o que poderia inviabilizar o sistema previdenciário.
   O tráfico de drogas se instala nas favelas em função da ausência do Estado, demarcando territórios que ficam sob seu domínio. Instalam uma lógica da violência, que acaba sendo uma referência para os jovens.
   São causas do processo de emigração:
- Redução das expectativas de emprego;
- Dificuldade de ascensão social das camadas urbanas mais baixas.
   No caso brasileiro, o aumento da expectativa de vida está relacionado com a ampliação da rede de água e esgoto, das campanhas de vacinação em massa, propiciadas pela aceleração da urbanização, fato que facilita a difusão da informação.
   O processo de industrialização e o forte crescimento econômico impulsionaram a urbanização do país durante as décadas de 50 e 70.Os fatores que explicam o rápido processo de urbanização brasileira são o processo de industrialização e o forte crescimento econômico.
As principais implicações geradas pelo acelerado processo de urbanização foram:
 - a precarização do trabalho, decorrente da expansão do desemprego, economia informal;
 - falta de infra-estrutura urbana (rede de esgoto);
- mudança dos hábitos de consumo.


O FIM DA BATALHA

Como o ex-vice-presidente da República enfrentou e finalmente sucumbiu a um tipo raro e agressivo de câncer.
   Na tarde de terça-feira, 29 março 2011, depois de cinco anos, treze cirurgias e uma dezena de internações, chegou ao fim  a luta de José Alencar contra um sarcoma na região abdominal, um tipo raro e eagressivo de câncer. Aos 79 anos, o empresário, ex-senador e ex-vice-presidente da República morreu na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Alencar será lembrado pela bravura e determinação com que lutou pela vida. 
   Em 2006, quando a doença foi diagnosticada, o prognóstico era de uma sobrevida de apenas um ano. Alencar viveu quatro além do previsto. Seu médico, Paulo Hoff, disse "A força de vontade e o entusiasmo de Alencar foram fundamentais para explicar sua fenomenal resistência à doença". 
   Seu prato predileto: frango com quiabo, taioba e angu.
Fonte: Revista VEJA - 6 abril 2011 - p. 70 - 71.

A ESTRELA ARDENTE

Nenhuma outra mulher emitiu brilho mais intenso e genuíno no firmamento artificial que é Hollywood do que Elizabeth Taylor
   Morta na quarta-feira 23 de insuficiência cardíaca, aos 79 anos, em Los Angeles, Liz foi a maior estrela de Hollywood. E o foi de um jeito que hoje, na era das celebridades, já não se pode mais ser - a um só tempo onipresente e inatingível, motivo de escândalo e inspiradora de novos comportamentos. Foi pioneira em viver em público uma vida amorosa tórrida, quando às mulheres cabia ocultar as idas e vindas intempestivas do desejo. Foi a primeira mulher a abraçar a condição de ícone gay. Foi uma atriz corajosa, disposta a, em pleno auge, se mostrar gorda e vulgar como uma esposa cujo casamento está ruindo. Foi das primeiras a admitir a luta com o álcool e os medicamentos e internar-se em clínicas de reabilitação - e também a se lançar de corpo e alma na benemerência.
Fonte: Revista VEJA - 30 março 2011 - p. 92 - 99.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

FILOSOFIA - 4. Teoria do conhecimento: investigando o saber

   Entre os principais problemas filosóficos está o do conhecimento. O ser humano, desde seus primórdios até nossos dias, vive uma busca incessante por compreender a si mesmo e o mundo à sua volta. A teoria do conhecimento pode ser definida como a investigação acerca das condições do conhecimento verdadeiro.
   No processo  de conhecimento, sempre existe a relação entre dois elementos básicos: um sujeito conhecedor e um objeto conhecido.
   Correntes básicas e antagônicas na história da filosofia: ceticismo (diagnostica a impossibilidade de conhecermos a verdade), dogmatismo (defende a possibilidade de conhecermos a verdade) e criticismo (tenta superar o impasse criado por essas posições antagônicas).
   Para o ceticismo absoluto, o homem nada pode afirmar, pois nada pode conhecer com total certeza. O ceticismo relativo consiste em negar apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade.
   Uma doutrina é dogmática quando defende, de forma categórica, a possibilidade de atingirmos a verdade. Há o dogmatismo ingênuo e o dogmatismo crítico.
   O empirismo defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, paladar, olfato).
   A palavra racionalismo designa a doutrina que atribui exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade.
   Os racionalistas afirmam que a experiência sensorial é uma fonte permanente de erros e confusões sobre a complexa realidade do mundo.
   Apriorismo kantiano. para Kant a experiência fornece a matéria do conhecimento, enquanto a razão organizaria essa mate´ria de acordo com suas formas próprias. A questão do conhecimento é assunto que escapa a uma palavra final e definitiva.

FILOSOFIA - 3. Consciência crítica e filosofia

   Duas dimensões complementares no processo de conscientização:
 - consciência de si exige reflesão. Manifesta-se através de falar, criar, afirmar, propor, inovar.
- consciência do outro, exige atenção. Manifesta-se através de escutar, absorver, reformular, rever, renovar.
    O crescimento só da consciência do outro: alheamento. O crescimento só da consciência de si: fechamento interior, isolamento.
   Mito é ieia falsa, crença exagerada, algo irreral e supersticioso. Mito num sentido antropológico são narrativas e ritos tradicionais, integrantes da cultura de um povo.
   Consciência religiosa : crença em um poder superior inteligente. Verdades reveladas pela fé. A filosofia e a ciência se apoiam na razão.
   Consciência intuitiva. A intuição é um saber imediato. Intuição sensível: conhecimento imediato - leituras de mundo.
   Consciência racional. Três grandes formas de compreensão do mundo: religião, arte e filosofia. A religião apreende o mundo pela fé, a arte pela intuição e a filosofia pelo conhecimento racional.
   A filosofia desenvolveu métodos científicos baseados em experimentações. É mais teórica e não condiciona o objeto de sua análise a um laboratório de experimentações. A filosofia pretende um conhecimento que resgate a visão de conjunto. Não busca somente a descrição objetiva da realidade, mas avalia e questiona essa realidade.
   Senso comum. o conjunto de opiniões, aceitas como verdadeiras, mas sem uma fundamentação de sua validade, recebe o nome de senso comum.
   Algumas podem esconder ideias falsas, parciais ou preconceituosas. O que caracteriza o senso comum é a falta de fundamentação crítica. É um conhecimento adquirido sem uma base crítica. Em virtude da ausência da razão crítica, o senso comum se torna terreno favorável ao desenvolvimento do fenômeno da ideologia.
   Ideologia. A palavra ideologia queria dizer ciência das ideias. Posteriormente: ideias próprias de certos grupos sociais e políticos. Por influência de Karl Marx, a palavra ideologia adquiri significado crítico e negativo: um conjunto de ideias que dissimulam a realidade, mostram as coisas de forma apenas parcial, distorcida em relação ao que realmente são.
   A ideologia teria funções como a de preservar a dominação de classes apresentando uma explicação apaziguadora para as diferenças sociais. Objetivo: evitar um conflito aberto. A ideologia seria criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de dominação.
   Para a filósofa Marilena Chauí a noção de ideologia tem os seguintes traços: anterioridade, generalização lacuna.
   Generaliza para toda a sociedade aquilo que corresponde aos interesses específicos dos grupos ou classes dominantes. O 'bem de alguns" como "bem comum".
   A ideologia é uma lógica montada para ocultar, esconder, falsear. Suas 'verdades' devem parecer naturais, plenamente justificadas, válidas para todos os homens e para todo o sempre.
   De aacordo com filósofo Gyorgy Kukács a característica fundamental da ideologia seria o fato de ela se prestar à orientação da vida prática dos indivíduos, ou seja, de fornecer a base para a resolução dos problemas práticos da vida em sociedade.
   Razão instrumental. é um tipo de razão calculadora, que mede utilidades e resultados. Está voltada para ser um instrumento de poder e dominação.
   A exigência de clareza e de livre crítica é própria do percurso filosófico. O homem sentia uma necessidade crescente de entender e explicar de maneira clara, coerente e precisa. Essa busca do saber fez nascer a filosofia. A palavra filosofia filos: amor; sofia: sabedoria. - 'amor à sabedoria'.
   O saber filosófico designava a totalidade do conhecimento racional desenvolvido pelo homem. Todo o conjunto dos conhecimentos racionais integrava o universo do saber filosófico. Nos dias atuais a filosofia passou a ter o papel, entre outros, de buscar a unidade do saber, de examinar a validade dos métodos e critérios adotados pelas ciências. Isto é, passou a desenvolver o trabalho de reflexão sobre os conhecimentos alcançados por todas as ciências, além da procura de respostas, por exemplo, ao sentido e ao valor da vida.
   Para o ser humano o conhecimento não é facultativo, mas indispensável, uma vez que sua sobrevivência dele depende.

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