quinta-feira, 7 de abril de 2011

GEOGRAFIA - 6. Dinâmica demográfica e qualidade de vida da população brasileira

   As características de uma determinada população mudam em função de condições socioeconômicas, políticas e territoriais. O termo técnico que designa o comportamento populacional é dinâmica demográfica a qual considera um período de tempo predeterminado. Assim, a dinâmica demográfica é o ritmo, natureza e tendência do crescimento da população de um país, composto pelo crescimento vegetativo (vertical) e o crescimento horizontal (migração).
   O crescimento vegetativo de um país é a diferença entre a taxa de natalideade e a de mortalidade num determinado período. O crescimento horizontal de um país é a diferença entre o total de imigrantes e o de emigrantes.
   A queda da natalidade. Na década de 1970 as mulheres brasileiras tinham em média 5,8 filhos. Em 1996 2,3 filhos. Hoje - 2,2 filhos por mulher. A queda notável da fecundidade das mulheres brasileiras está intimamente relacionada com a crescente urbanização do país: participação da mulher no mercado de trabalho; casamentos tardios; elevado custo de criação dos filhos nas cidades; difusão de métodos anticoncepcionais; mudanças de comportamento em relação à vida rural.
   Hedonismo é uma doutrina ética segundo a qual o prazer é a finalidade principal da vida. Narcisismo é, em psicanálise, o estado em que o impulso sexual é dirigido ao próprio ego.
   Em 1940, a média era de 6,2 filhos por mulher. O Brasil ainda era um país com quase 70% da população no campo. A pílula e a esterelização feminina derrubam a taxa de fecundidade para 4,4 filhos em 1980. Em 2000 a média é de apenas 2,3 filhos. O rendimento feminino é 71,5% do masculino.
   A queda da mortalidade. O fator principal da acentuada redução do índice de mortalidade também se relaciona com o intenso processo de urbanização que ocorreu no Brasil a partir de meados do século XX. Em 1950 36,2% vivia em áreas urbanas. Em 1991 - 75,2%. Em 2000 - 81,3%.
   A revolução médico-sanitária cosistiu em uma notável melhoria no atendimento médico-hospitalar e na infra-estrutura sanitária. Com a urbanização/revolução médico-sanitária, os índices de mortalidade decresceram.
   A nova pirâmide etária brasileira. Nos últimos trinta anos, o Brasil passou por um aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de fecundidade.
   O IBGE é um verdadeiro banco de dados do governo brasileiro utilizado por empresas privadas, outros órgãos governamentais, estudantes, contribuintes dos impostos, pesquisadores em geral. É sua atribuição produzir sistemas de informações que auxiliam no conhecimento da "cara" do Brasil. É responsável também pela realização do censo demográfico brasileiro.
   O índice de crescimento vegetativo caiu de 2,5% ao ano em 1960 para 1,3¨% em 1996. O envelhecimento da população brasileira gera sérios problemas na área da previdência social uma vez que a população contribuinte deverá financiar um número maior de aposentados. O aumento da população idosa é um dos fatores que contribuem para aumentar o déficit das contas do país, agravando as condições de subdesenvolvimento do Brasil.
   Segundo processo da dinâmica demográfica: o crescimento horizontal devido às migrações. O crescimento horizontal resulta dos movimentos migratórios internacionais. Desde 1808 o Brasil caracterizou-se como um país em que predomina a imigração. Os principais grupos: portugueses, italianos, espanhois, alemães e japoneses. Já os africanos foram trazidos para trabalhar como escravos. Hoje, o Brasil é considerado um país emigrante, desde a década de 1980.
   No passado, o Brasil imigrante. Italianos e alemães, entre outros imigrantes europeus, fixaram-se sobretudo nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Outro destaque: chegada de ucranianos ao Paraná. No século XX, outros povos, principalmente orientais, escolheram o Brasil como nova pátria. A imigração japonesa teve início em 1908. Muitos coreanos e chineses também engrossaram os contingentes imigrantes.
   Hoje, o Brasil emigrante. As melhores perspectivas salariais do Japão levaram muitos a optar por um trabalho naquele país. Outro polo de atração são os Estados Unidos. Brasileiros sulistas vivem atualmente no Paraguai. Conhecidos como "brasiguaios", foram atraídos pelas terras baratas e férteis. Razões dessa inversão: crises socioeconômicas desde o final dos anos 1970. Diante da dramática realidade socioeconômica, muitos trabalhadores brasileiros, especialmente os mais jovens, têm optado pela emigração.
   As migrações internas. As diferenças regionais, no tocante ao desenvolvimento socioeconômico, foram aprofundadas a partir do início da industrialização do país e grandes contingentes populacionais das regiões estagnadas economicamente encontraram na emigração para as mais ricas e ativas a melhor oportunidade de sobrevivência.
  Principais fluxos migratórios do último meio século:
- Principais áreas de repulsão populacional (o Nordeste e o Sul, além do estado de São Paulo. Os principais fatores: Nordeste - estagnação econômica e a grande concentração fundiária; Sul e São Paulo - grande concentração fundiária).
- Principais áreas de atração populacional. Sudeste, Centro Oeste e Norte. Principais fatores: Centro-Oeste - fundação de Brasília e expansão fronteira agrícola, construção da infra-estrutura local, ferrovias e usinas hidrelétricas. Norte: garimpeiros, madeireiras, indústrias de mineração e grandes empresas agrícolas avidos por explorar seus recursos naturais. Sudeste: expansão urbano-industrial, comércio e serviços.
   Saturadas, as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo têm crescido menos nos últimos anos.
   A expressão "fronteira agrícola" designa o ponto de contato entre as áreas rurais já incorporadas ao sistema capitalista e aquelas áreas ainda virgens (reservas indígenas, terras devolutas ou ocupadas por posseiros).
   Regionalização do espaço brasileiro. Em 1967 o IBGE criou o conceito de macroregião - cinco: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A divisão regional do trabalho, divido o país em três regiões:
- Centro-Sul - região que concentra e polariza as atividades econômicas do país, graças à industrialização.
- Nordeste - Marcado pela pobreza da maior parte da população, em contraste com o poder econômico das oligarquias tradicionais, que detêm o poder político.
- Amazônia - Quase intocada durante séculos, atualmente enfrenta um processo de ocupação que coloca em risco o equilíbrio ambiental.
As condições de vida dapopulação brasileira. As condições de vida da população de um país costumam ser medidas pelos indicadores sociais, tais como as taxas de crescimento vegetativo, mortalidade infantil, analfabetismo, expectativa de vida etc.
   A marginalização socioeconômica caracteriza hoje grande parte da população, cujas condições de vida são péssimas.
   O Índice de Desenvolvimento Humano leva em consideração a qualidade de três indicadores sociais: saúde, educação e renda. Indicador criado recentemente pela ONU para avaliar as condições de vida de um determinado país a partir de três importantes dados: expectativa de vida, saúde e poder de consumo.
   PEA. A População Economicamente Ativa corresponde ao contingente de pessoas com 10 anos de idade ou mais que está trabalhando ou procurando emprego no momento em que são apurados os dados.
   As novas tecnologias, calcadas no desenvolvimento de setores estratégicos, como a microeletrônica, a informática, a biotecnologia, a fibra ótica, a nanorrobótica, exigem cada vez mais profissionais altamente qualificados.
   Alternativas às famílias pobres e marginalizadas:
 - colocar crianças no mercado de trabalho, como forma de aumentar a renda familiar;
 - aceitar trabalhos precários, sem registro na carteira de trabalho, que contribuem para a degradação da qualidade de vida da população e para a baixa expectativa de vida;
 - aderir à delinquência;
 - acostumar-se à miséria, à subnutrição, à fome e à falta de assistência médico-sanitária;
 - aceitar o subemprego.
   A falta de investimentos em educação no Brasil gera carência de pesquisadores, cientistas e estudiosos. Esse descaso com a educação não só perpetua como agrava as desigualdades sociais do Brasil.
   O aumento de ocupados sem registro em carteira e autônomos na área de serviços indica uma expansão do mercado informal, que é refletida na paisagem urbana - ruas, praças, calçadas -, ocupada por trabalhadores ambulantes. Esses trabalhadores informais geralmente não são protegidos pelas leis que regulamentam o trabalho, ou seja, que definem remuneração mínima, limites da jornada de trabalho e outros direitos sociais e trabalhistas. Além disso, o mercado informal não paga taxas ou impostos, diminuindo a arrecadação do Estado.
DESAFIANDO CONHECIMENTOS. Dentre as consequências geradas pela queda da taxa de natalidade, destacam-se:
- Redução do número de jovens;
- Redução da atividade econômica;
- Envelhecimento da população, o que poderia inviabilizar o sistema previdenciário.
   O tráfico de drogas se instala nas favelas em função da ausência do Estado, demarcando territórios que ficam sob seu domínio. Instalam uma lógica da violência, que acaba sendo uma referência para os jovens.
   São causas do processo de emigração:
- Redução das expectativas de emprego;
- Dificuldade de ascensão social das camadas urbanas mais baixas.
   No caso brasileiro, o aumento da expectativa de vida está relacionado com a ampliação da rede de água e esgoto, das campanhas de vacinação em massa, propiciadas pela aceleração da urbanização, fato que facilita a difusão da informação.
   O processo de industrialização e o forte crescimento econômico impulsionaram a urbanização do país durante as décadas de 50 e 70.Os fatores que explicam o rápido processo de urbanização brasileira são o processo de industrialização e o forte crescimento econômico.
As principais implicações geradas pelo acelerado processo de urbanização foram:
 - a precarização do trabalho, decorrente da expansão do desemprego, economia informal;
 - falta de infra-estrutura urbana (rede de esgoto);
- mudança dos hábitos de consumo.


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