quinta-feira, 31 de março de 2011

GEOGRAFIA - 5. Formação da sociedade brasileira

A colonização foi um dos processos que definiram a formação populacional brasileira, a partir do século 15: portugueses, espanhóis e outros. Foram criadas colônias (daí Colonização). A rica diversidade cultural das populações ameríndias (índios) foi afetada negativamente pelo processo de colonização, a qual teve duas formas distintas:
Colonização de povoamento ou de enraizamento - quando os europeus iam viver nas regiões conquistadas;
Colonização de exploração - com a intenção de retirar recursos e riquezas das terras exploradas.
Sociedade é um agrupamento de pessoas ou indivíduos que vivem em determinada época ou em um espaço delimitado e que aceitam e praticam normas comuns, respeitando valores importantes a todos. A sociedade também muda seus valores: A família, a situação da mulher, a religiosidade etc. A expressão "marginal" refere-se ao indivíduo que não segue as regras da sociedade e se coloca à margem da mesma.
As etnias que formaram a sociedade brasileira (índios, africanos e brancos europeus).
Índios AUTÓCTONES, negros de origem africana e brancos europeus formam a tripé da sociedade brasileira, cada qual com religião, língua, culinária, vestimentas, datas comemorativas, folclore etc, peculiares.
Os índígenas. A colonização deu início a um processo de genocídio dos índios brasileiros, que passam a ser perseguidos, expulsos de suas terras, escravizados e mortos ao resistirem. Quando os portugueses aportaram nestas terras, os indígenas somavam cerca de 4 milhões. Hoje, é de aproximadamente 400 mil pessoas.
Desde a década de 1980, porém, a população indígena tem crescido sem cessar, impulsionada pela organização dos mesmos.
A Constituição brasileira reconhece aos índios "os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam". Porém, não são proprietários, só usufrutuários.
As preocupações com os povos indígenas ganharam um forte impulso com a atuação dos irmãos Vilas Boas (Orlando, Cláudio e Leonardo) ao longo do século 20, quando criaram o Parque Indígena do Xingu.
Na segunda metade do século 20, o governo brasileiro criou a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), segundo a qual, há atualmente 215 diferentes sociedades indígenas (345 mil pessoas), responsáveis pela existência de mais de 180 línguas. Na época do descobrimento eram faladas pelo menos 1.300 línguas. Palavras de origem tupi em nosso vocabulário: Pacaembu, Morumbi, Itatiba, Itanhaém, Ubatuba, pipoca, tapioca etc. Na culinária: milho e mandioca.
Os direitos dos índios foram pouco respeitados: além da destruição cultural, eles também enfrentaram a usurpação de suas terras.
A própria Constituição estabeleceu um prazo para a demarcação das terras indígenas: 5 outubro 1993, o que não ocorreu.
Os africanos. A presença da cultura africana também é muito importante na formação da identidade brasileira. Os principais grupos vieram do: Congo, Golfo do Guiné, Angola, Nigéria e Moçambique. Populações praticamente sequestradas: cerca de 5 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil como escravos para atender aos interesses do mercantilismo europeu.
Mercantilismo é a primeira fase do capitalismo: a colônia comerciava apenas com sua metrópole.
Os negros não aceitaram passivamente a exploração. Fundaram quilombos, espécie de vilas onde refugiavam e tinham autonomia (os quilombolas).
Existem atualmente 743 comunidades remanescentes de quilombos (2% do território nacional).
A Constituição brasileira (1988) confere direito à titulação de terras a todas as comunidades remanescentes de quilombos.
Fortes e importantes expressões no Brasil: o samba e o candomblé.
O fim da escravidão no Brasil (1888) não representou de forma alguma melhoria das condições de vida dos ex-escravos. Os descendentes de africanos (metade da população brasileira) têm condições de vida muito piores que as da população de origem européia.
Os europeus. Estão presentes no território brasileiro desde o início do processo de colonização: portugueses, espanhóis, franceses e holandeses. A influência européia é muito forte no campo cultural e religioso: Igreja católica.
Outros grupos. A partir século 19, novos grupos de europeus começaram a chegar ao Brasil: italianos, espanhóis, alemães, portugueses, sírios e libaneses (turcos) e japoneses.
Muitos brasileiros têm escolhido sair do país (atualmente) como alternativa para os graves problemas da economia nas últimas décadas. Principais destinos: Estados Unidos, Europa e Japão.
Emigração é o movimento de saída de população. Imigração é o movimento de chegada de população. Migração é o termo genérico para qualquer deslocamento populacional.
A sociedade brasileira e a ocupação do espaço. As cidades brasileiras se desenvolveram junto aos principais portos e entrepostos comerciais: litoral. A região Sudeste é a que possui maior densidade populacional devido às principais atividades econômicas.
Quando um país tem uma grande população em números absolutos, é populoso: China. Quando o país tem população que ocupa grande parte de seu território e apresenta muitos habitantes por km2, é densamente povoado: Japão.
Resumo: Com relação ao mito da democracia racial na sociedade brasileira, os negros continuam a ser discriminados nos dias de hoje. Muitos ainda não possuem qualquer qualificação profissional, ficando restritos à execução de trabalhos braçais com os piores salários e condenados a viver nas periferias das grandes cidades, vítimas da discriminação. As terras indígenas são cobiçadas por grupos madeireiros, mineradores e garimpeiros, grupos ligados à especulação imobiliáira (setor turístico). Esses grupos argumentam que as áreas destinadas aos indígenas são extensas e impossibilitam a viabilidade econômica de investimentos; alguns acusam os indígenas de vender as riquezas de suas reservas e outros afirmam que eles estão a serviço de grupos estrangeiros que tentam dominar parte do território nacional.
A população negra e parda no Brasil ainda tem renda menor e menor escolaridade, fruto da discriminação herdada do século 19.
As atuais ações afirmativas vão desde campanhas de auxílio financeiro para as famílias menos favorecidas, até a adoção de políticas de cotas nas universidades para as populações mais discriminadas.
Como rico processo de miscigenação em curso no Brasil, as populações branca e negra tendem a diminuir, dando maior espaço para a população mestiça (parda). Essa situação somente ficou clara quando o próprio habitante passou a se declarar mestiço ou pardo, no Censo 1950, atribuição do recenseador antes disso.

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